segunda-feira, 22 de abril de 2013
A VALSA DOS MORTOS
Mário Peixoto - 1931 - Limite
As nuvens cinzas passam
a tarde é comovida
- consumida.
São Paulo - Mário de Andrade
e suas avenidas.
a morte é um anúncio na tv
dois homens de bigode e paletós
conversam na tarde
Chove!
São Paulo: comoções, aparentes.
O Vazio. Do Trianon à Praça Clóvis
Vazio absoluto.
Nem todos os subúrbios,
todas as misérias pedintes
preencherão tal vazio.
(absoluto!)
Do projeto interminável,
os escombros de uma noite,
de um dia que não se fez
(esquecido na memória
ou na ladeira da saudade)
sexta-feira, 12 de abril de 2013
PAISAGEM MORTA
Corro distante me abstraio
A noite é longa intraduz-antes
O medo de não sabê-la inteira
De não decifrá-la única
- prática - inconstante
Na infinita sugestão - o corpo
Memória descrita - o receio
Perdi. Perdeste, senhora:
Em que instante morremos a paisagem?
segunda-feira, 8 de abril de 2013
NAUFRÁGIOS FRÁGEIS
se as palavras desdobram
- origamis do nunca.
eu me desdobro e redobro
papel fino, facilmente
embalado
Laços - nós - frouxos.
se o tempo recobra
- antagônico, cru.
eu me ancoro no nada
prendo-me aos porões e convés
- naufrágios do sem-fim.
Laços - nós - frouxos.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Assinar:
Postagens (Atom)