domingo, 27 de setembro de 2015
1915
desconheço cada resistência/ os golpes em vão
o grito amargo dos cavalos ao meio-dia
a impressão inexata do que é cáustico
louco
a inexpressiva exatidão do que é risco
sombra/ espasmo
livre ressonância do espelho fragmentado
opressivo/ esfacelado
mil cacos pontiagudos na face do nada
na face do nada
e em frente ao rever os cavalos & seus gritos
o meio-dia fragmentado exposto cru entrelaçado
corte recorte sombras opressivas
gritos despojados em arestas.
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
GERMINA
Alguns poemas de minha autoria
publicados na ótima revista literária
Germina:
http://www.germinaliteratura.com.br/2015/leandro_rodrigues.htm
terça-feira, 15 de setembro de 2015
PAISAGEM
a paisagem envelhece
como fio tenso de metal
como beco escuro
em que o cão anoitece
e aguarda imóvel
a hora turva
a paisagem envelhece
nos jardins decrépitos
entre as pedras dos murais
entorno à fonte seca
em que molhas sombras, sol
e envelhece
entre os corpos rachados
pelas poeiras do sótão
a geometria avessa - intacta
- solidão ocasional
feito fuligem e sangue
a paisagem envelhece
SÃO PAULO VII
Entre estreitas intenções - estáticas
a porta
semicerrada
a dor imóvel / inútil
o corpo paralisado
ar suspenso
..........................................................
A cidade em seus trilhos
é composta de mordentes precisos
golpes frios de martelo
práticos
nas primeiras horas da manhã
ríspidos
ao meio-dia
metódicos
com o pôr-do-sol
..............................................................
A cidade consome seu impacto, voraz
mastiga com seus dentes intrínsecos
deglute seus versos
intrincados
encravados
escravizados
regurgita fuligens e metáforas,
adorna sombras imperfeitas/
chuvas ácidas
e expele seus dejetos - esgotos
(des) gostos cifrões parábolas parafernálias
rudes antenas servís palavras podres/
torpes antíteses
anônima agonia
D E S C O N S T R U Ç Ã O
e re-con-some-se em seu ciclo
infinito
segue
reciclado sangue
em círculo.
EM BRANCO
Preencho cada vazio
com um verso
a folha em branco
seus riscos
assim
rabisco
uma folha em branco
cada verso
em seu vazio.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
O POLÍTICO
O homem atrás da noite
é solícito, cheio de "boas intenções",
faz leis às escondidas -
ajeita-se em seu paletó,
afrouxa a gravata
e enforca
uma população inteira.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
EXPERIMENTOS
Experimento o gosto
amargo do poema
e ele traz todos os
mortos que atravessam
nosso tempo -
suas vísceras, misérias,
esta agonia.
seus resíduos, nosso ódio
liberdades, tragédia
- cadáveres expostos.
................................
E o pássaro com suas asas
para dentro
Voa cético por sobre
ondas de chumbo
e fuligens diversas
.................................
Este rio podre
é nossa alma corroída
à exaustão
Todas as chacinas, todos
os voos abortados
são nossos risos de sangue -
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
PARA VOZES SONÂMBULAS
Decoro os teus riscos
no grito da escuridão
silenciosa
- meu canto vazio
Esta solitária observação
dos astros
muda tragédia em cada
passo.
terça-feira, 1 de setembro de 2015
EXPERIMENTO
Experimental
é experimentar o gosto do poema
com seu ocre deleite de cicuta
e chumbo/ ácido
a escorrer pelo canto da boca.
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