Filme Império Do Crime, 1955
A memória dissoluta
dos ponteiros frios do tempo
E o olhar do cão morrendo
* * *
Meia-noite enternecida
Meu coração aflito
é o livro que não li
* * *
Há asas algas almas
no lago mudo em que contemplo
a tarde
a brisa
o nada
* * *
O mar já não é mais o mar
Nem tua casa
Os dias oscilam entre a penumbra
e a fresta da porta semi-cerrada
* * *
A rua é apenas partida
E não dará em nenhuma avenida
O grito mais ríspido perdeu-se
entre a boca e o estômago
Nossos dramas, nossas leis
pouco servem.
O ódio - revolução tísica
tornou-se a lembrança desbotada
do retrato no porão.
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