domingo, 18 de novembro de 2012

FRAGMENTOS

                                                         Filme Império Do Crime, 1955




A memória dissoluta
dos ponteiros frios do tempo
E o olhar do cão morrendo

*         *         *

Meia-noite enternecida
Meu coração aflito
é o livro que não li

*          *         *



Há   asas   algas   almas
no lago mudo em que contemplo
a tarde
                   a brisa
                                      o nada



*          *          *



O mar já não é mais o mar
Nem tua casa
Os dias oscilam entre a penumbra
e a fresta da porta semi-cerrada



*          *           *


A rua é apenas partida
E não dará em nenhuma avenida

O grito mais ríspido perdeu-se
entre a boca e o estômago

Nossos dramas, nossas leis
pouco servem.

O ódio - revolução tísica
tornou-se a lembrança desbotada
do retrato no porão.







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