sábado, 4 de maio de 2013

ÓPIO






Acordo e aflito deparo-me
com a treva manhã turva
o corpo cansado mutilado
aos pedaços
- alma entrecortada,
             farpada em arames

Aquilo que seria, o vir-a-ser
tornou-se ópio fuligem respira-se

O que deveria ser verso, música, silêncio
- torpor e ausência mútua

Que mal sei o quão negra
é essa manhã, esse rastro, o cortejo
Que acompanha-me sem fim
tarda-me?

Nos olhos feitos arde o cinza
a folia, o carnaval dos dias negros
inválidos, semi-aparentes
metades

Adormeço e aflito deparo-me
com um país
Um país que já não conheço


Esqueço.



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Abro as janelas
fecho o horizonte.







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