sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O CAVALEIRO, OS MOINHOS E CIA...







- Ó fidalgo Dom Quixote, meu senhor e cavaleiro, diga-me: o rei sabe o tanto que temos feito por ele? De todas essas glórias e desilusões?
- O rei sabe de tudo, meu fiel escudeiro, não tardará a recompensa que almejas. Não tardará!
     Sancho sorriu. Esboçou uma alegria pueril, como há muito não fazia.
     Mas Dom Quixote não. No fundo ele sabia que toda aquela aventura, todas as desilusões eram apenas para si mesmo. A recompensa não viria. Não haveria condecorações, nem elogios (um fazer poético?). Sabia perfeitamente que os moinhos eram apenas moinhos. Sabia que a ilha não existia e que o rei jamais soubera ou saberia da existência deles. Mesmo assim seguiam. Empunhavam suas lanças com firmeza e galopavam. Ele e seu fiel escudeiro. A tarde caía - ignorava.






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