O Terceiro Homem, 1949, Carol Reed
Naquela noite eu morri
quando fechei o livro
de poesias
Maiakóvski me assassinou
com o punhal certeiro
< Preciso me retirar
da noite
Ausentar-me aos poucos
desses olhos estrangeiros
que rasuram versos
e perseguem >
Naquela noite eu desci
ao inferno
quando
marquei o poema
de Sophia
E ela me marcou
com seus dentes pontiagudos
Era sangue escorrido
no meio fio, por
todo lado
< O velho Buk e Brecht
bebendo com Augusto e seus
demoníacos anjos >
Naquela noite
a escuridão
não cedeu à manhã
não aceitou se
dissipar
instalou-se pálida
como um verso,
como um poema
contínuo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário