segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
ESPECTRAL XV
Poucos espelhos se mantêm intactos
e em cada rosto que se quebra
a marca fria da cicatriz disforme
caleidoscópio antigo em que outras faces
se cruzam como espectros soturnos
Apunhalei girassóis com minhas palavras trincadas
e os dentes servis degustaram ódios e crimes
com pompas de quem salpica a noite com versos
[ do mais impuro sangue
mas estive mesmo pleno - em voo e concisão
nessa lua avulsa e desmedida:
traga teu punhal para desferirmos juntos os golpes precisos
nessa poça avermelhada em que todo sangue derramado
encarna a luminosidade branca do satélite rústico
que paira inútil sobre nossas ocas cabeças tristes
como a demarcar as imaginárias fronteiras.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário