segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
MORDAÇA
Sem cor, sem tez, sem pulso
Rareiam as palavras
Mas não os golpes/ a tortura
Receio
Cada outro porto que não se atraca
Cordilheiras de um fauno intacto
Despojados de sua carne e vísceras
Como outras requentadas agonias fúnebres
Homens chegam sedentos cuspindo fuligens-terçãs
Em San José um mártir recita versos e se cala subitamente
frente ao muro caiado
Em San Martín uma camponesa estende a sopa rala
para quem puder pagar
Depois recolhe a toalha, pois a noite já vem.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário