segunda-feira, 11 de março de 2013

RELÓGIOS ANTIGOS





Dizem que antigamente
quando morria alguém na casa,
paravam os ponteiros do relógio
naquela hora,
Naquele minuto-instante.

E assim permaneciam
dias, semanas...
Como guardando intactos
o momento crucial.

Então, uma boa mão mais velha
acertava os ponteiros.
E o tempo voltava a correr
Irrestrito-incondicional.

Belos relógios antigos,
não apenas contavam as horas, mas
demarcavam o tempo e as existências.











terça-feira, 5 de março de 2013








Antes   Rio   Rimas
Culpa
Eu Mesmo
A - T - R - A - V - E - S
S
   O
O Rio
E Tiro Os Sapatos
A - T - I - R - O
As Rimas
       Para
              O
                 Fundo
A Culpa
Eu Mesmo
A - V - E - S
S
   O
O Rio
A - T - R - A - V - E - S
Sapatos
A - T - R - A - S
        Para
               O
                  Fundo





quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

TESTAMENTO









Doo o que tenho
pensamento, versos, órgãos
A bem da verdade nada tenho
é tudo do mundo
estou apenas devolvendo.






sábado, 26 de janeiro de 2013













fresta
réstia de ausência
porta
semi-escuridão

semi-noite
ponto
semi-final
verso
semi-solidão







sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A GOLPES DE MARTELO





E a cada golpe do martelo eu me disperso
E a cada golpe do martelo eu me despeço
E a cada golpe do martelo eu me dispo
E a cada golpe do martelo eu me dis
E a cada golpe do martelo eu me d
E a cada golpe do martelo eu me
E a cada golpe do martelo eu
E a cada golpe do martelo
E a cada golpe do marte
E a cada golpe do mar
E a cada golpe do
E a cada golpe
E a cada gol
E a cada
E a ca
E a
E










quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

de ferro de chumbo











de ferro              de chumbo
metal                  metálico
beijo                  de chumbo
gosto                 de ferro
de aço               cinza
metálico             beijo
de chumbo         metal









segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ESTRANGEIRO











estrang   eira   pisar   no   chão   que   não  conheça  a  fala  mor na  de  um  h
omem
na  t urba  li vra dos olhos  h ostis  um  p ouco de pe  numbra m orta e  amena
amem
se a rua dobra-se à esquerda minha sombra curva-se a um ponto co-seno da margem
direita  e  não  há nenhuma  sobra do que foi ou do que será e deveras ser ão germem