sexta-feira, 13 de novembro de 2015
ASTORVISCO
poetas, entendam:
a flor respinga sangue,
a terra cavada
jorra o desatado rio vermelho
do que escorre,
escorreu,
tem escorrido
as palavras tão rubras
traduzem o espelho frio
com seu eixo/ reflexo disforme/ torto
em que já não nos enxergamos mais.
terça-feira, 3 de novembro de 2015
INTROSPECÇÃO
Para dentro
o mundo gira
ao avesso
descarnadas
camadas
sem eixo
mudo/ medo
o silêncio estreita
em seu grito
contrário desfecho.
sábado, 31 de outubro de 2015
DE VIME & METAL
Reacendo as noites invisíveis
e os passos
na escada - entre as luas
de vime & metal
Com gosto de escombros
remonto o quebra-cabeça
de nossa concreta ilusão
que escorre entre imperfeitas
avenidas
setas, sinais
de nossas veias congestionadas.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
terça-feira, 27 de outubro de 2015
BUCÓLICAS
ao abrir a janela
uma manhã de chumbo
beijou-lhe a face
o gosto de fuligem
permance intacto
nos lábios cinzas.
SÃO PAULO IV
São Paulo escurece. E tudo
ainda inventa-se claro, nítido.
Letreiros atônitos piscam incessantes/
pulsam
Como automóveis anônimos que avermelham
longas avenidas em suas distâncias
oblíquas, marginais,
setas para o sem-fim.
Olhares são vitrines pedintes.
Corpos estendem-se esculpidos na modernidade
de Brecheret
frações cifradas de uma mais-valia
plástica/ artífices impressos
Corrosiva ilusão
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São Paulo amanhece. E tudo
ainda inventa-se escuro, sombriamente
apagado.
sábado, 24 de outubro de 2015
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