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quinta-feira, 6 de julho de 2017
LITERATURABR
4 poemas do livro Aprendizagem Cinza, Ed. Patuá, 2016,
no ótimo LiteraturaBR:
http://www.literaturabr.com/2017/03/15/5330/
domingo, 2 de julho de 2017
4 Cenas Do Cão Andaluz
I
por que um cão sangrento
atravessa-nos à noite
e reduz a lua com
seu brilho no esgoto
numa parca brancura
disforme moldada
ou uivo do mau agouro
encarcerado/ sombra des-
fragmentada num osso
de nossa própria (in) existência
as vísceras repugnantes
à mostra para consumo
da matilha e suas fartas mandíbulas.
II
o ventre exaurido do parir eterno
constante:
palavras, palavras, versos
desarticulados/ disformes
e tão orgânicos.
III
costumeiramente rasgados
no cordão arrancado
com navalha fria, afiada
bem trabalhada.
IV
no rescaldo de tudo
o cão - o grito
se deita - carne viva
restos de pelagem
moldura mórbida estática
da sala de jantar imponente
com seus móveis discretamente apoiados
em calços vermelhos e
nas sombras tortas desfocadas
de todos aqueles animais mortos
da família - empalhados
o sangue que ainda respinga
pisado.
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quarta-feira, 28 de outubro de 2015
segunda-feira, 20 de julho de 2015
ESTETINO (OU NO CAMINHO COM BUKOWSKI)
Anoiteço
Com longos versos de bukowski
Num caminho aberto
de chumbo e cipreste,
Com a boca turva/ calada
mortalha desfiada
pelo uivo da matilha,
Nos golpes precisos/
aniquilada-
matéria finda.
Todos sabem quem são os ladrões
desse inverno.
Quem furta a noite, o soco
E vomita seu limbo
na fresta da lua às mínguas/
lua restrita/ dura,
exilada no porão.
Todos sabem.
Ou fingem saber
dessa tragédia monótona/ manchada
desprovida de carne/ esfacelada
pelo antepassado açoite de metal,
ranhuras profundas/ espirais de aço
jardins de fuligens.
dos galhos secos enfeitados
o grito aflito-presente/ ressente
poema torto - em alto-relevo,
desdobrada agonia/
corrosivo-desprezo,
nas obscuras pétalas de óleo
improváveis marcas de sangue
da cidade muda/ disforme.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
SÃO PAULO IX
Na cinzentude opaca
de fuligem e concreto armado
estilhaços - espaços entre as grades
fragmentos e frestas
o grito
que vem das galerias
de esgoto e escorre
entre o rio que não
é rio
e a revolta represada
na merda.
]
Três tiros bastaram
para sangrar essa lua
para estancar esse medo
para escorrer o óleo diesel
do olhar lacrimejante
da moça bem vestida da Consolação.
]
Três golpes frios - lâmina branca
para jorrar ladeira abaixo
todo esse lixo de plástico descartável
- biodegradável
Todo esse caráter artificial
mais valia $ $ $ $
com gosto de opressão
(os subúrbio pulsam)
]
Na cidade mais podre/
em putrefata simetria
(de chumbo)
[
Três tiros bastaram
para apagar de vez esse lirismo doente,
doentio,
semi-morto.
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